Mato Grosso do Sul fechou o trimestre de julho a setembro de 2024 com um número que faz inveja a outros estados: 3,4%. É esse o índice de desocupação registrado pela PNAD Contínua, do IBGE, colocando o Estado na quarta posição no ranking das menores taxas de desemprego do Brasil. É mais do que um número; é um sinal de que, por aqui, o mercado de trabalho segue em expansão, mesmo diante de um cenário econômico nacional ainda cheio de incertezas.
Atrás apenas de Rondônia, Mato Grosso e Santa Catarina, o índice é o menor para o período e o segundo mais baixo da história sul-mato-grossense desde que a série começou, em 2012. No trimestre anterior, o índice estava em 3,8%. A queda é reflexo de um mercado que não só cresceu como bateu recordes: 1,447 milhão de pessoas empregadas no Estado, das quais 585 mil com carteira assinada no setor privado.
“O que esses números mostram é mais do que pleno emprego; é o reflexo de um Estado que vem se organizando para responder às demandas crescentes de empresas e empreendimentos que estão se instalando aqui”, avalia o secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia).
A arte de bater recordes – Os setores de agropecuária, construção, comércio e transporte lideraram a alta no número de ocupados. O comércio, em especial, bateu o recorde histórico de 294 mil trabalhadores, enquanto a agropecuária e a construção se mantêm como pilares consistentes da economia local. Já o setor público empregou 209 mil trabalhadores no período.
Essa movimentação não é obra do acaso. Mato Grosso do Sul vem apostando em estratégias de qualificação e formalização do trabalho, como o MSQualifica, programa que tem como objetivo capacitar a força de trabalho para alinhar a oferta de mão de obra às demandas do mercado. Desenvolvido pela Semadesc, em parceria com instituições como Senac, Senai e Senar, o programa já alcançou milhares de trabalhadores, oferecendo cursos que vão do básico ao avançado, em áreas estratégicas para o crescimento do Estado.
“Qualificar é conectar as pessoas ao emprego formal. Esse é o caminho para incluir os desalentados e os trabalhadores informais que ainda estão fora do mercado tradicional”, destaca Verruck, em tom otimista. Atualmente, a taxa de informalidade no Estado é de 32,1%, envolvendo 46 mil pessoas.
Rendimentos em alta e o desafio da produtividade – O crescimento no número de ocupados veio acompanhado de uma leve alta nos rendimentos médios reais, que chegaram a R$ 3.384 no trimestre. Apesar disso, o rendimento médio ainda apresenta uma queda de 2,58% quando comparado ao mesmo período do ano passado, reflexo de desafios econômicos nacionais que também atingem o Estado. A massa salarial, no entanto, chegou a R$ 4,851 bilhões, consolidando um aumento de 2,64% em relação ao trimestre anterior.
Mas a agenda do governo vai além dos números. A meta, segundo Verruck, é preparar Mato Grosso do Sul para um futuro onde crescimento econômico e inclusão produtiva caminhem juntos. “Estamos consolidando um modelo que combina expansão do mercado com uma qualificação sólida da nossa força de trabalho”, explica.
O caminho do trabalho e da formalização – Se por um lado os recordes no emprego formal são celebrados, por outro o Estado olha com atenção para os trabalhadores por conta própria, que somam 295 mil, e os domésticos, que totalizam 98 mil. A informalidade ainda é um desafio, mas vem sendo combatida com políticas ativas, como as promovidas pelo MSQualifica e pelas ações da Funtrab.
Enquanto isso, as empresas continuam a enxergar em Mato Grosso do Sul um ambiente propício para investimentos, seja na indústria, no agronegócio ou no setor de serviços. É uma equação que equilibra bons números no mercado de trabalho e um ambiente favorável ao crescimento econômico.
“O que vemos é um Estado que soube transformar desafios em oportunidades. Mato Grosso do Sul não é apenas um número positivo em uma tabela; é um lugar onde pessoas encontram trabalho e empresas encontram segurança para investir”, conclui Verruck.
ibge