A HedgePoint Global Markets, em análise recente, destacou as mudanças no mercado global de soja com a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, bem como as atualizações do relatório WASDE. Segundo o analista Ignacio Espinola, a vitória do republicano impulsionou o dólar, que passou de 103,9 para 105,5 no Índice DXY na semana da confirmação, tornando os preços FOB dos produtos brasileiros mais competitivos devido à desvalorização do real. Além disso, a China, maior importadora global, intensificou suas compras, acumulando 90 milhões de toneladas de soja em 2024, o equivalente a 90% de seu recorde histórico de 2020.
Com a eleição de Trump, surgiram preocupações de uma possível nova guerra comercial entre EUA e China. Como estratégia, os chineses adotaram uma política de estoques, adquirindo 8 milhões de toneladas em outubro, o maior volume mensal em cinco anos. A perspectiva é de continuidade desse ritmo até que se definam as diretrizes comerciais do novo governo americano, aponta Espinola.
O relatório WASDE trouxe novidades sobre a safra norte-americana, reduzida em 2,6%, totalizando 121,4 milhões de toneladas – valor semelhante ao recorde de 2021. No entanto, as projeções para a América do Sul permanecem estáveis: o Brasil deve produzir 169 milhões de toneladas, enquanto a Argentina tem expectativa de 51 milhões. Dados da Conab, entretanto, indicam uma estimativa um pouco inferior para o Brasil, de 166,1 milhões de toneladas.
No Brasil, o plantio avança de forma acelerada, com 69% da área cultivada até novembro, superando os 57% registrados no mesmo período de 2023. Os produtores brasileiros já começam a ajustar estratégias devido aos impactos climáticos registrados em outubro, buscando aproveitar o cenário favorável gerado pela competitividade no mercado internacional.
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