Produção de cereais em MS deve cair 23,2% em 2024 devido a problemas climáticos +

A produção de cereais, leguminosas e oleaginosas em Mato Grosso do Sul em 2024 está estimada em 21,1 milhões de toneladas, representando uma queda de 23,2% em comparação ao ano anterior, quando foram produzidas 27,5 milhões de toneladas. Essa redução de 6,4 milhões de toneladas também é 1,8% menor que a estimativa divulgada em junho deste ano, com uma perda adicional de 400 mil toneladas. Os dados foram divulgados nesta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistícas (IBGE).

A área a ser colhida no estado é de 6,4 milhões de hectares, o que representa um leve aumento de 0,13% em relação à área colhida em 2023. No entanto, em comparação com a previsão de junho, houve uma redução de 1,4%, o que equivale a uma perda de 95.109 hectares.

Soja e celulose puxam balança comercial de MSProdução de soja – (Foto: Bruno Rezende)

Segundo Alexander Pegorare, supervisor das pesquisas agropecuárias no estado, a revisão negativa das estimativas para 2024 se deve principalmente a problemas climáticos que afetaram a safra de soja, a principal cultura plantada em Mato Grosso do Sul. “A estiagem durante a semeadura e os atrasos na colheita entre janeiro e março prejudicaram a safra de soja, enquanto as culturas de inverno tiveram seu ciclo reduzido, levando muitos produtores a optarem por coberturas do solo”, explicou Pegorare.

As culturas sucessoras da soja na segunda safra, como milho, sorgo, feijão e trigo, também sofreram uma queda significativa no rendimento médio em comparação à safra anterior. Pegorare destacou que áreas no sul de Mato Grosso do Sul foram especialmente impactadas pela estiagem e altas temperaturas, resultando em menor granação e tamanho dos grãos, especialmente para os produtores que plantaram o milho safrinha fora do zoneamento agrícola.

A nível nacional, o gerente do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), Carlos Barradas, apontou que a diminuição na área plantada com milho se deveu, em parte, ao preço depreciado do cereal na época do plantio, levando os produtores a optarem por aumentar a área plantada com algodão, cuja produção deve atingir um recorde histórico. Além disso, Barradas mencionou que problemas climáticos, especialmente no Centro-Oeste e no Rio Grande do Sul, contribuíram para a redução na produção de soja.

font: IBGE

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