O setor agropecuário brasileiro está tomando medidas enérgicas em resposta às barreiras comerciais impostas pela União Europeia (UE) aos produtos do país, decorrentes da recente aprovação da Lei Antidesmatamento pelo bloco europeu. Esta legislação exige uma minuciosa fiscalização de toda a cadeia produtiva dos alimentos vendidos na Europa, com o objetivo de assegurar que esses produtos não tenham relação com práticas de desmatamento.
Embora membros da UE justifiquem essa medida como uma resposta à crescente preocupação ambiental e um esforço para evitar a importação de produtos associados ao desmatamento, representantes do agronegócio brasileiro a interpretam como uma forma de retaliação.
Em resposta, a bancada ruralista do Congresso Nacional planeja uma série de contramedidas, incluindo o aumento da taxação sobre produtos europeus, especialmente os fabricantes de veículos automotivos, com a finalidade de destinar os recursos ao Fundo Amazônia. Argumentam que o Brasil possui um dos códigos florestais mais avançados do mundo e que a Europa utiliza a agenda verde como pretexto para impor medidas protecionistas.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também expressou críticas à postura da França nesse contexto. A estratégia dos ruralistas inclui fortalecer a articulação de um projeto que cria a Lei de Reciprocidade Ambiental, liderada pelo senador Zequinha Marinho e pela ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina.
Para discutir o tema, está prevista uma audiência pública no Congresso Nacional no dia 22 de maio. Na Câmara dos Deputados, um projeto semelhante foi apresentado pelo deputado federal Tião Medeiros. (com inf da CNN)