Marcada por uma mistura de cooperações e tensões nos últimos anos, a ligação entre a União Europeia (UE) e o setor agropecuário brasileiro tem sido influenciada por uma série de fatores econômicos, políticos e ambientais. Neste aspecto, a Regulação Antidesmatamento da União Européia (EUDR) é um marco na luta global contra o desmatamento e o combate às mudanças climáticas, mas sua construção levanta diversas perguntas sobre seus impactos no agronegócio brasileiro.
Isso porque a legislação europeia proíbe a comercialização na Europa de várias commodities que são as principais exportações do Brasil. Essas commodities só terão acesso liberado se estiverem livres de desmatamento, produzidas de acordo com a legislação local e acompanhadas por uma declaração de diligência devida. Além disso, o Brasil pode enfrentar ainda mais dificuldades para se adequar a conformidade exigida caso a legislação se torne mais rigorosa ao longo do tempo.
O senador Carlos Fávaro, em reportagem exclusiva publicada pelo veículo Globo Rural em março, expressou sua opinião de que a União Europeia não deveria impor regras aos produtores brasileiros, enfatizando a soberania nacional em questões agrícolas e ambientais. Ele defendeu a autonomia do Brasil em suas normas e instituições para lidar com essas questões e destacou a necessidade de investir em tecnologia e inovação para promover a sustentabilidade na agricultura brasileira.
Diante deste cenário, o Jornal Ecological Economics publicou recentemente um estudo sobre as implicações da EUDR para o agronegócio brasileiro. No estudo, foram mapeados os índices das cadeias produtivas brasileiras de seis commodities que estão em melhores condições de entrar em conformidade com a regulação. São elas: Café (89%), Soja (64%), Madeira (46%), Dendê (44%), Cacau (33%) e carne bovina (30%).
O setor do café apresenta a melhor condição para se adequar à EUDR, em grande parte devido à alta produção brasileira, que direciona 64% das exportações para a UE e o RU, e pela adesão precoce às Normas Voluntárias de Sustentabilidade (NVS). Em segundo lugar está a soja, que tem facilidade para entrar em conformidade com a EUDR devido à alta concentração nas mãos de grandes produtores. Fechando os três primeiros liderados, o setor madeireiro já está em conformidade com as regulamentações da UE, embora enfrente desafios significativos devido à sua associação com o desmatamento.
Já em relação ao azeite de dendê, cacau e carne bovina, os maiores obstáculos enfrentados, respectivamente, são o menor volume de exportação, baixa adesão às normas de sustentabilidade e problemas regulatórios internos, especialmente no que diz respeito ao controle do desmatamento.
Como a Vega pode fornecer suporte para produtores se adequarem à EUDR?
Investimentos públicos em assistência financeira, técnica e de capacitação para os pequenos produtores se adequarem à legislação são essenciais para garantir o sucesso da regulamentação e fortalecer a relação comercial entre o Brasil e a UE. Contudo, nos últimos anos tem aumentado o interesse privado em reduzir o desmatamento por meio de iniciativas que promovem a sustentabilidade.
Esse movimento de grandes marcas têm preenchido algumas lacunas deixadas pela iniciativa governamental, principalmente no ramo da tecnologia, ferramenta hoje essencial para garantir uma produção rural mais eficiente. Por isso a empresa Vega, fundada em 2018, é uma Agtech pertencente ao Grupo Imagem que se encaixa bem neste exemplo.
Com anos de experiência no segmento de TI e Geotecnologia, a Vega desenvolveu a plataforma Lyra, uma aliada crucial na adaptação do agronegócio brasileiro às exigências da EUDR. Com seu monitoramento e diagnóstico da produção agrícola, permite a conformidade com os padrões da EUDR e a implementação de medidas corretivas para garantir operações sustentáveis. Além disso, a Lyra proporciona rastreabilidade da origem dos produtos, resolvendo desafios enfrentados por setores como soja e café, ao fornecer dados sobre práticas em cada etapa da produção.
A plataforma também auxilia na gestão de riscos e transparência da cadeia produtiva ao cruzar características do imóvel rural com aspectos ambientais, como o combate ao desmatamento. Isso permite evitar danos reputacionais e garantir a sustentabilidade das cadeias de fornecimento, ao mesmo tempo em que promove transparência sobre as práticas agrícolas adotadas pelos produtores. Essa transparência é fundamental para atender às novas diretrizes do mercado e impulsionar o desenvolvimento sustentável dos negócios.
Diante dos desafios impostos pela implementação da EUDR no agronegócio brasileiro, a plataforma Lyra destaca-se como uma ferramenta essencial, potencializada pelo apoio do setor público. Essa colaboração é crucial para investimentos em práticas sustentáveis, fortalecendo a posição do agronegócio brasileiro no mercado europeu e global, e promovendo a sustentabilidade ambiental no setor.
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