Missão a Angola reforça estratégias de colaboração agropecuária entre países

Uma agenda de reuniões e a assinatura de instrumentos de cooperação bilateral marcaram a missão internacional a Angola, coordenada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que terminou na sexta-feira (6). A presidente da Embrapa Silvia Massruhá e o chefe substituto da Assessoria de Relações Internacionais (Arin), Paulo Galerani, fizeram parte da delegação, cujo objetivo foi fortalecer as parcerias estratégicas entre os dois países, a partir do interesse de ambos na ampliação de oportunidades comerciais.

Durante a visita, foram realizadas reuniões com o presidente de Angola, João Lourenço,  com o ministro da Agricultura e Florestas angolano, Issac Maria dos Anjos; com o ministro das Relações Exteriores de Angola, Téte António; e com o ministro de Estado para Coordenação Econômica, José Massano. Nos encontros foram ainda firmadas a Carta de Intenções entre os ministérios da Agricultura brasileiro e angolano com foco no setor agropecuário e agroindustrial, estabelecendo um marco para a identificação, elaboração e estruturação de projetos estratégicos no setor agropecuário, e a assinatura da atualização Memorando de Entendimento, incluindo formalmente a participação da Embrapa, do Instituto de Investigação Agronômica (IIA) e do Instituto de Investigação Veterinária (IIV) de Angola nas atividades de cooperação entre os dois países.

Para a presidente da Embrapa, a importância da cooperação entre Angola e Brasil representa o desenvolvimento do potencial de colaboração. “São muitas as formas de contribuição, em áreas que vão atender demandas atuais, como transferência de tecnologias, assim como as futuras, que, por meio de iniciativas estratégicas em pesquisa e inovação, vão impactar positivamente em cenários relacionados à segurança alimentar e às mudanças climáticas”, comentou ela.

No painel apresentado por Massruhá durante o Fórum Empresarial Agro Brasil–Angola, que contou com a participação de empresários do agronegócio brasileiro e angolano, foi apresentada a trajetória da agricultura brasileira, o desenvolvimento do Cinturão Tropical a partir da ciência e o potencial produtivo para garantir alimento com segurança e qualidade para as populações do Brasil e do mundo.

“A representatividade da agricultura familiar brasileira, presente em mais da metade das propriedades em todo território nacional, detém a força da atividade no campo”, destacou. “Nesse contexto, a Embrapa procura se manter alinhada e estabeleceu como meta uma agenda estratégica fundamentada em soluções que contribuam com a revolução sustentável, a transição nutricional e a saúde única, a transição energética e as mudanças climáticas, a inclusão sócio-produtiva rural e digital no campo, bem como a vanguarda científica e tecnológica na ciência tropical”, afirmou.

Apresentou ainda o histórico das iniciativas relacionadas a carbono na agricultura, entre elas o Integra Carbono, iniciativa da Embrapa voltada à agregação de dados de pesquisa, desenvolvimento e inovação, gerados pela Empresa e parceiros, para a redução das emissões dos gases de efeito estufa (GEE). Inteligência artificial e conectividade também estiveram entre os temas abordados, como o projeto Semear Digital, para inclusão de pequenos e médios produtores dos municípios brasileiros.

Sobre as atividades em Angola, a presidente falou sobre o Memorando de Entendimentos entre o Ministério da Agricultura do Brasil e de Angola, assinado em agosto do ano passado, e atualizado incluindo oficialmente a Embrapa na cooperação; a cooperação entre a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), a Associação Agropecuária de Angola (AAPA) e a Embrapa;  além do interesse em firmar instrumento de cooperação técnica para transferência de tecnologia no cultivo do arroz; e o Projeto ABC – Programa Desenvolvimento de Regiões Irrigadas e Políticas de Apoio à Agricultura Familiar no Vale do Cunene, coordenado pela ABC e participação técnica da Embrapa.

Entre as propostas a serem desenvolvidas no âmbito do Memorando de Entendimento, segundo Massruhá, estão a elaboração do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC), em duas províncias de Angola, a realização da caravana para uso eficiente de fertilizantes, adaptando metodologia e formato, utilizado pela Embrapa no Brasil, na região do Planalto Central de Angola e a adoção do plano de cooperação  para produção de sementes Embrapa em Angola. “Estão previstos ainda o intercâmbio de Pesquisadores, a plataforma e-Campo de educação a distância para capacitação de produtores e o apoio à elaboração do Manual de Análise de Solos e Plantas para Angola.

A comitiva governamental brasileira foi composta pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Luís Rua; por representantes do Ministério; pelo presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Jorge Viana; pela presidente da Embrapa, Silvia Massruhá; representantes de instituições financeiras, como o Banco do Brasil; e empresários do setor agropecuário brasileiro.

 

 

MAPA/EMBRAPA

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