Febre do Oropouche: conheça a doença e veja como se proteger

Mais uma emergência de saúde está no rol de preocupações dos brasileiros. Desta vez, é a febre do Oropouche, uma doença causada por um arbovírus (vírus transmitido por artrópodes) do gênero Orthobunyavirus, da família Peribunyaviridae, e que tem registrado cada vez mais notificações no Brasil. A doença já se espalhou por 21 estados, inclusive Mato Grosso do Sul, a partir do caso de uma paciente que havia retornado da Bahia, onde o Ministério da Saúde registrou já duas mortes. Também está em investigação a morte de uma mulher em Santa Catarina. A maior parte das 7,2 mil contaminações foi diagnosticada no Amazonas e em Rondônia, de acordo com o Ministério da Saúde.

Essa não é uma doença nova, já que o Orthobunyavirus oropoucheense (OROV) foi identificado pela primeira vez no Brasil em 1960, a partir de uma amostra de sangue de um bicho-preguiça (Bradypus tridactylus) capturada durante a construção da rodovia Belém-Brasília. Desde então, surtos e casos isolados foram relatados principalmente na região Amazônica do Brasil, mas também em outros países da América Central e do Sul, como Panamá, Argentina, Bolívia, Equador, Peru e Venezuela.

Veja como ocorre a transmissão da Febre do Oropouche

A transmissão da Febre do Oropouche ocorre principalmente por meio da picada de mosquitos. Após picar uma pessoa ou animal infectado, o vírus permanece no sangue do mosquito por alguns dias. Quando esse mosquito pica outra pessoa saudável, ele pode transmitir o vírus. Existem dois tipos de ciclos de transmissão:

  • Ciclo Silvestre: Neste ciclo, animais como bichos-preguiça e macacos são os principais hospedeiros do vírus. Mosquitos como o Coquillettidia venezuelensis e o Aedes serratus podem carregar o vírus. O mosquito Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, é o principal transmissor.
  • Ciclo Urbano: É neste ciclo que os humanos são os principais hospedeiros do vírus, com o mosquito Culicoides paraensis sendo o vetor principal. O mosquito Culex quinquefasciatus, comum em áreas urbanas, pode ocasionalmente transmitir o vírus.

Saiba quais são os sintomas da Febre do Oropouche

Os sintomas da Febre do Oropouche são semelhantes aos da dengue e chikungunya, incluindo:

  • Dor de cabeça
  • Dor muscular
  • Dor nas articulações
  • Náusea
  • Diarreia

É crucial que profissionais da área de vigilância em saúde consigam diferenciar essas doenças através de aspectos clínicos, epidemiológicos e laboratoriais, orientando as ações de prevenção e controle adequadas.

Diagnóstico, tratamento e prevenção da Febre do Oropouche

O diagnóstico da Febre do Oropouche é clínico, epidemiológico e laboratorial. Todo caso confirmado de infecção deve ser notificado. A FO faz parte da lista de doenças de notificação compulsória, devido ao seu potencial epidêmico e alta capacidade de mutação, representando uma ameaça significativa à saúde pública.

Não existe um tratamento específico para a Febre do Oropouche. O manejo da doença inclui repouso, tratamento sintomático e acompanhamento médico contínuo.

Para prevenir a Febre do Oropouche, recomenda-se:

  • Evitar áreas com muitos mosquitos, sempre que possível.
  • Usar roupas que cubram a maior parte do corpo e aplicar repelente nas áreas expostas da pele.
  • Manter a casa limpa, removendo possíveis criadouros de mosquitos, como água parada e folhas acumuladas.
  • Seguir as orientações das autoridades de saúde locais em caso de surtos, implementando medidas específicas de controle de mosquitos.

Casos no Brasil agosto de 2024

Autoridades de saúde estão em alerta e intensificando as medidas de prevenção e controle, especialmente em áreas urbanas onde o risco de transmissão é maior devido à densidade populacional e à presença de mosquitos vetores.

A Febre do Oropouche representa um desafio de saúde pública significativo, especialmente nas regiões tropicais. Com medidas de prevenção eficazes e um bom sistema de vigilância, é possível controlar a disseminação do vírus. Em caso de sintomas suspeitos, é fundamental buscar ajuda médica imediatamente e informar sobre possíveis exposições à doença. A conscientização e a cooperação da comunidade são essenciais para combater a Febre do Oropouche.

 

 

 

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